sexta-feira, agosto 10, 2007

Cypress Hill




Duas fotos do show do Cypress pra quem gosta, ver de qual é. Aquele Budah inflável lá atrás foi a maior viagem. [[risos]]




CYPRESS HILL

Yo quiero fumar otra


.

E há um ano atrás eu criticava as pessoas que saiam do Brasil para ir a Miami conhecer a Long Beach. Paguei a língua.


O que aconteceu foi que eu fui pra São Paulo, a gente ficou lá duas semanas indo e vindo para vários lugares, e bares, danceterias, dinheiro, dinheiro, dinheiro. Eu neurótica até a última ponta, por que ainda tava naquela sequla pós-cogu, fumava um baseado, tinha vários flashbacks, quase não dormia mais. Eu juro que não sabia que abrir a mente poderia me ser tão prejudicial. O cogumelo, é muito diferente do LSD e todas as outras coisas psicodélicas que eu já experimentei. A experiência é mística, religiosa, vocÊ sente Deus, vocÊ vê Deus, a NATUREZA viva, morrendo. E isso cria na sua cabeça uma nova realidade. São Paulo pra mim era o lugar mais insuportável e fedido do mundo. Eu sentia náuseas a todo momento. A Selva de Pedra quase me engoliu. Mas sai viva de lá, graças a Deus, e rolou muita coisa, como eu já contei antes. Pressão, opressão na verdade. Acusações vãs e mentirosas. Em me sentia um lixo, mas estava bastante consciente. O que eu queria era uma casa no campo, cheia de árvore, água natural e potável, flores, mas eu precisava de dinheiro, eu estava entre a cruz e a espada. Eu sabia que a casa no campo estava há milhões de quilometros da minha realidade, então eu precisava voltar pra Brasília, pedir descupas pro meu pai, tentar reaver meu emprego, voltar a ganhar grana, mas minha cabeça estava longe, confusa. Por isso eu não podia escrever.

E hoje, para mostrar a todos que não devemos falar sobre o que não conhecemos, eu venho para dizer que voltei pro meu emprego, depois de muito custo e chateações, fiz alguns projetos junto com o meu pai, e fumava no máximo um basado a cada mês. Um não, dois, [[risos]] . Fumava ali mesmo, sozinha, nada de glamour e grandes festas. Joni Mitchel na vitrola e fumaça na cabeça. Ia longe, longe...

Como eu ia dizendo, o cogumelo me deixou muito angustiada com a vida capitalista, com a selva de pedra. Eu queria liberdade. E sai completamente de cena. No máximo um cinema, um teatro, e muito filme em DVD. Nossa, acho que assisti a locadora inteira. Viva a CULT! E asim eu fui indo, até aquela sensação de "olha eu não sou daqui, me diz da onde sou?" ir embora. E foi embora, não completamente. Mas foi... Fui covarde e reneguei uma coisa que eu sei que é somente minha, de mais ninguém. Minha raiz!

Ganhei grana, e consegui agora no mês de Julho, duas semanas de recesso. Eu já estava ligada há mó tempão que ia rolar um festival em New York City que ia ser foda. Comprei a passagem no cartão, caríssima por sinal, vou pagar até março do ano que vem, e fui. Com a cara e a coragem. Sozinha. Para Nova Iorque.

Se São Paulo me sufocou naquela época, eu fico imaginando tomar um cogumelo e ir para Nova Iorque logo depois. Eu aho que ia entortar a cara no primeiro passo que eu desse, e ia morrer ali mesmo, torta, seca e cinza. Selva de Pedra. Pessoas frias, indiferentes. Todos muitooooo rápidos, ágeis, inteligentes. Nossa, como eu conheci nova iorquinos inteligentes nessas duas semanas.Parece que eles estão há séculos na nossa frente, em relação a tudo. Me senti meio um peixe fora d'água, mas na hora do show do Cipress Hill, todos éramos irmãos novamente. Nada de diferenças. A sensação de inferioridade me deixou. e cada vez que o B-Real dava uma tragada de fumaça no seu imenso baseado lá na frente, todo mundo sacava que você nem precisava fumar lá embaixo. [[risos]] Muita fumaça, mesmo!

Foi divertido, todo mundo(mesmo!) fumando. E pra quem já fumou o skank original, hidropôníssimo, sabe o que significa. É outra coisa. Altos tipos diferentes de maconha. Hashish!!!Aqui no Brasil eu quase não tenho fumado mais, por que é tudo lixo. Lixo mesmo, essas merdas prensadas com amoníaco que tem sido vendida na Ceilândia, Taguatinga e Samambaia. Agora os caras tão colocando merla na maconha. Onde vamos parar? Merla não tem nada a ver com maconha. É outra viagem... Raramente chega um amigo das antigas aqui em casa com um presentinho de qualidade pra mim.

Mas voltando, o show was perfect. Aquele Budah imenso, com uma folha da maconha na barriga, aquele fumacê, todo mundo na maior paz, mesmo cantando músicas de revolta, contra opressão, todo mundo como se tivesse nadando num mar de névoa branca, de paz. Pra quem não se ligou, o festival é de Hip Hop, e rolou altos grupos como Rage Against the Machine(Eu pirei nesse show.), Rakim, Public Enemy, Cypress Hill etre outros que eu nem tinha noção que existia. E eu lá toda "nigga", Yo! me sentindo no meio da galera mais louca que eu já conheci em toda minha vida.

Foi muito legal. Entre outras coisas, comprar coisas que eu nem imaginei que vendesse no mundo. - Meus Deus. Já inventaram isso? Sério? [[risos]] Nova York foi uma experiência, que eu tinha que experimentar, mas não pretendo novamente. :p

Outro mundo, outro nível, mas não é pra mim. Prefiro a calma quase sepucral de Brasília.

Agora é trabalhar de novo, pra viajar mais vezes. Decidi que já que não posso viver por ai, produzindo arte, vou trabalhar para viajar enquanto sou nova e saudável.

Viajar de todas as formas e maneiras possíves, para todos os lugares. "/

Beck


E no dia 15 de Agosto do ano de 2006, eu postei pela última vez nesse pequeno pub onde tudo se podia fazer e falar. Aqui sempre foi tudo legalizado, e a graça era essa. Eu podia falar das minhas loucuras por ai, sem repressão. E agora, faltando 5 dias para completar um ano sem posts, eu venho para explicar rapidamente o que aconteceu, e também para dizer que vou continuar a postar aqui.

A história resumida é a seguinte: Eu criei muitos vínculos e muitas pessoas interessadas em me conhecer, principalmente em Brasília, durante o tempo de blogagem. Então eu comecei pouco a pouco a sair do anonimato, e pouco a pouco, as pessoas me viam na rua, no shopping, no parque, e já me cumprimentavam pelo meu verdadeiro nome. A Maria Joana pouco a pouco foi deixando de existir, para dar lugar a mim mesma, real, medrosa, às vezes fútil, e sem muita coisa a dizer para pessoas que eu nunca tinha visto. Isso foi muito ruim e negativo pra mim, por que quando eu criei o blog, era pra expressar pro mundo, a minha paixão verdadeira pela erva, contar minhas primeiras experiências, contar como eu me sentia com a erva agindo na minha mente, dar dias paras as pessoas sobre sites, filmes, programas de tevê, etc, para verem chapados, mas sem expor minha imagem de forma alguma, já que isso poderia me prejudicar. E foi o que acabou acontecendo.

No meio do turbilhão de encontros com a galera que me mandava e-mails, muitos nomes, muitas pessoas, uma galera legal pra caralho, divertida, outros nem tanto, mas fui conhecendo gente, e fui me deixando levar pelo leve gosto doce e sutil que a "fama" pode trazer. Eu digo isso dessa forma por que realmente foi assim. Em grande parte dos lugares que eu ia, sempre aparecia um nobre desconhecido, vindo do além, para me parabenizar pelo blog, e muitas vezes o carinha ou a mina já vinha com o beck aceso na mão, tudo muito exposto, "vamos fumar um Maria Joana?" . [[risos]]

Ai eu criei o orkut para a Maria Joana, coloquei três fotos minhas, duas dos meus olhos, e uma minha numa organização de um evento aqui em Brasília, sentada chapada, de óculos escuros. Foi instantânea a divulgação do blog. De 300 visitas diárias(Vai ter maconheiro assim na conchinchina [[risos]]) eu passei a receber mais de 700 visitas diariamente. Vindas do Brasil inteiro. E foi numa época, em que eu tinha decidido viajar, fazer coisas novas, criar arte com um pessoal bem legal que eu conheci por ai. E justamente nessa época, meu pai ficou sabendo que a sua filhinha sempre tão bem comportada e estudiosa, fumava maconha. Não vou falar muito sobre isso, deixa pra outra ocasião. Só sei que quando veio o vendaval, veio derrubando tudo.

O problema maior de eu ter parado de blogar não foi nem o meu pai, e sim a polícia. Na verdade um policial, que ficou sabendo de um dos "encontros" da tribo na península pelo blog, e me mandou vários e-mails, falando que tinha me adicionado no orkut, que queria fumar um comigo, que eu era linda, e bla bla bla.

Resumindo, me fudi. Por que cai como uma trouxa, uma pata recém-nascida, que quer tirar onda de esperta. Fui indiciada por várias coisas, entre elas tráfico de drogas, e apologia às drogas. Claro que se você for uma pessoa inteligente, o que eu sei que é, essa hora já deve saber que não deu em nada esses processos, e no máximo o que consegui foi uma pena de sair com o filme queimado por muito tempo. Por que com esses processos rolando, eu tendo que ir depor, isso e aquilo, muitos amigos meus também, amigos pessoais, alguns que nem sabiam que eu era a Maria Joana, e que eu fazia o que eu fazia, foram indiciados. Não deu em nada, como tudo no Brasil. Essas leis podres não condenam ninguém que tenha um bom advogado e seja no mínimo inteligente. Eu nunca trafiquei drogas, de onde eles tiraram isso? E outra coisa muito pior, se não fossem pelos encontros que eu promovi na península, na ermida, no parque, as festas, que nem foram tantas, eles não teriam absolutamente nada pra dizer contra mim, por que esse blog aqui pode ser muito bem uma grande farsa, e tudo que eu digo aqui pode ser uma grande mentira. É óbvio que não é, mas na hora que você vê aquela promotora com cara de demônio, te olhando de rabo de olho, a única coisa que você pensa é se livrar dela, o mais rápido possível.

O grande lance foi eu ter mandado e-mails para algumas pessoas dando dicas de onde ia chegar a marafa da boa, de onde vendia, é claro que os policiais viram o movimento em torno do meu blog, e fecharam o cerco. Mas eu não devia. Não devo nada à justiça e nem à polícia. Tô tranquila.

No fim acabou tudo bem, mas eu sai desse processo profundamente magoada e humilhada, pois ficou provado por A mais B que eu não sou nem nunca fui criminosa, e etc. O fato de quase um ano depois eu resolver voltar ao blog, é mais como que para afrontar esses que porventura venham a me perseguir daqui pra frente. Felizmente(ou infelizmente?) a internet brasileira não possui leis corretas e sérias, para julgar possíveis crimes que venham a ser cometidos nela. Tudo é muito falho e inconsistente. Então, tô de volta sem medo.

Mas dessa vez, sem orkut, sem nome verdadeiro, sem encontros, sem fama. Até por que objetivo principal nem era esse. Estou de volta, para dar notícias sobre a minha vida de loucuras e viagens, e para fazer novos amigos, por que não? Mas dessa vez, tudo com muita calma e cuidado.

Acabei de chegar de Nova Iorque, fui no festival Rock The Bells, e vocês nem vão acreditar, vi o show do Cipress Hill e do Rage Against The Machine. Cara, esses prazeres o dinheiro pode te dar. Eu fico imaginando onde eu tava com a cabeça quando sai do Senado para ir fazer tour pelo Brasil como mochileira andarilha [[risos]]. Tudo bem, foi importante. Mas ter dinheiro para passar duas semanas de férias em Nova Iorque, tomar tantas tequilas e fumar quantos baseados quanto queira, isso, esse prazer só o dinheiro vivo pode te dar. E alguns podem até me chamar de metida a besta, mas gente, eu trabalho, e ganho dinheiro pra isso. Nada mais justo que eu queira ver e fazer coisas que nunca fiz.

No próximo post, Nova Iorque.



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